A influência das mudanças climáticas na costa de Santa Catarina abrange diversos aspectos significativos, como desastres naturais, danos à pesca e maricultura, e impactos ambientais como a diminuição do oxigênio no oceano.
No que diz respeito aos desastres naturais, a região central da costa catarinense, incluindo áreas densamente urbanizadas como a Ilha de Santa Catarina em Florianópolis, é particularmente suscetível. A urbanização intensa aumenta o risco de desastres relacionados a chuvas intensas, exacerbando potenciais inundações e deslizamentos de terra.
Quanto à pesca, os manguezais enfrentam ameaças crescentes devido ao aumento do nível do mar e à ocorrência de eventos climáticos extremos, que podem resultar em erosão e destruição de habitats essenciais para espécies como o caranguejo-uçá, baiacu, sururu e bacucu. Esses ambientes desempenham um papel crucial no ciclo de vida de diversas espécies marinhas e de água doce.
Na maricultura, a acidificação dos oceanos representa um desafio significativo, afetando a calcificação de conchas e a sensibilidade larval de invertebrados marinhos, essenciais para as atividades de cultivo na região.
A conservação da biodiversidade também é impactada pelas mudanças climáticas. Espécies como as baleias-francas, presentes no litoral catarinense durante o inverno, enfrentam áreas marinhas onde as temperaturas da água têm excedido as médias históricas do Oceano Atlântico. Além disso, aves marinhas como os filhotes de albatrozes-de-sobrancelha-negra enfrentam desafios na sobrevivência devido ao aumento das temperaturas da água.
Espécies de águas frias, como os lobos-marinhos subantárticos e elefantes-marinhos, embora com ocorrência mais esporádica em Santa Catarina, são igualmente vulneráveis às mudanças climáticas devido à sua dependência de condições ambientais específicas para migração e reprodução.
Em resumo, as mudanças climáticas representam uma ameaça multifacetada para a costa de Santa Catarina, afetando não apenas os aspectos econômicos como pesca e maricultura, mas também a biodiversidade marinha e a segurança das comunidades costeiras frente a desastres naturais cada vez mais frequentes e intensos.