No último dia 5 de julho, a triste notícia da morte de Murilo Lopes Santos, de 26 anos, natural de Castro, nos Campos Gerais, chegou à família. Murilo faleceu em combate na cidade de Zaporizhzhia, na Ucrânia, onde estava engajado no conflito contra a invasão russa que assola o país há mais de dois anos. A informação foi confirmada pelos familiares do jovem.
Murilo se alistou voluntariamente e chegou ao leste europeu em novembro de 2022, movido pelo desejo de apoiar as forças ucranianas em sua resistência contra a agressão russa. Sua mãe, Rosângela Pavin Santos, em entrevista ao G1, relembra que Murilo estava determinado a defender a Ucrânia, motivado pela indignação com a situação do país.
“Era o ideal que ele tinha”, disse Rosângela, destacando que, apesar de ser contra a decisão do filho, não conseguiu impedi-lo de seguir seu propósito. Murilo havia servido o Exército brasileiro em Castro por cerca de um ano e meio antes de partir para a Ucrânia, onde aprendeu várias línguas e se preparou meticulosamente para sua jornada.
Após desembarcar em Cracóvia, na Polônia, Murilo seguiu para a Ucrânia, estabelecendo-se inicialmente em Ternopil. Ele compartilhava com a mãe seu desejo de permanecer na Ucrânia e sua adaptação ao novo país.
Rosângela relembra que o contato com Murilo se tornou mais escasso com o tempo, sendo limitado a mensagens de texto nos últimos meses. A família foi informada da morte de Murilo por um colega de combate, que entrou em contato através das redes sociais.
Agora, a família enfrenta a angústia da espera pela repatriação do corpo de Murilo para o Brasil, sem ter informações claras sobre os procedimentos necessários. “Tô me sentindo muito impotente, a gente está bem perdido”, lamenta Rosângela diante da incerteza.
A morte de Murilo Lopes Santos ressalta a realidade dura e complexa enfrentada por muitos voluntários que se juntam à luta na Ucrânia, um conflito marcado pela violência e pela persistência em ambos os lados.