Vagner do Prado, preso preventivamente por esfaquear Oziel Branques dos Santos dentro de um ônibus em Curitiba, é suspeito de ter matado outras duas pessoas em um intervalo de dez dias, conforme investigações da Polícia Civil do Paraná.
No domingo (16), o mesmo dia em que Oziel foi assassinado, Vagner teria matado um rapaz no centro da capital paranaense. Dez dias antes, ele também é suspeito de ter esfaqueado sua própria companheira, que veio a falecer.
Vagner do Prado foi preso em flagrante no domingo. A polícia informou que ele e seu sobrinho de 17 anos assassinaram Oziel após a vítima tentar interromper ataques homofóbicos proferidos contra um casal de passageiros. O adolescente também foi apreendido e teve a internação provisória decretada pela Justiça.
Na terça-feira (18), a prisão de Vagner foi convertida em preventiva. A juíza Fernanda Orsomarzo, responsável pelo caso, considerou a extensa ficha criminal do suspeito e justificou a conversão da prisão para a “garantia da ordem pública, especialmente a integridade física e psicológica das vítimas sobreviventes, pela gravidade do crime e da propensão à reiteração delitiva”.
“É preocupante constatar que o discurso de ódio a que estão historicamente submetidos determinados grupos sociais vem ganhando cada vez mais força, tolhendo um casal do direito de simplesmente existir sem medo de ser atacado, injuriado ou morto a qualquer momento”, afirmou a juíza em sua decisão. Ela destacou ainda que “a intolerância não faz somente vítimas as pessoas LGBTIA+, mas também cidadãos que, não aceitando o comportamento criminoso de alguns, intervêm e se posicionam, como foi o caso de Oziel, brutalmente assassinado após tentar defender o casal importunado”.
Oziel, de 40 anos, foi morto a facadas dentro do ônibus biarticulado Santa Cândida/Capão Raso na noite de domingo. Testemunhas relataram que a vítima foi morta após defender um casal que estava sendo alvo de homofobia. Segundo o casal, Oziel foi segurado por um dos suspeitos enquanto o outro o esfaqueava.
Os suspeitos fugiram após o crime, mas foram localizados pela polícia pouco depois. Com o adolescente foi encontrada uma faca de 20 centímetros de lâmina, suja de sangue. A polícia revelou que Vagner estava usando uma tornozeleira eletrônica quando foi preso.
O histórico criminal de Vagner inclui diversas passagens por crimes como roubo, organização criminosa, identidade falsa e já havia sido condenado por homicídio. A polícia segue investigando os casos, enquanto a comunidade busca respostas e justiça para as vítimas