Coqueluche aumenta 500% em relação ao mesmo período no ano passado

Cleomar Diesel

Ousa repórter Natália Gonçalves

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) do Paraná emitiu um alerta à população sobre a importância de manter a vacinação contra a coqueluche em dia, devido ao aumento expressivo no número de casos da doença. De acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, entre janeiro e a primeira quinzena de junho deste ano, foram confirmados 24 casos de coqueluche no estado, representando um aumento de 500% em relação ao mesmo período do ano passado, quando apenas quatro casos foram diagnosticados. Durante todo o ano de 2023, foram registrados 17 casos.

A maioria dos casos confirmados em 2024 está na 2ª Regional de Saúde Metropolitana, com 18 casos, seguida pela 3ª Regional de Saúde de Ponta Grossa com quatro casos, e as 15ª e 19ª Regionais de Saúde de Maringá e Jacarezinho, com um caso cada. Não há registros de óbitos pela doença no Paraná neste ano.

Conhecida como “tosse comprida”, a coqueluche é uma doença infecciosa respiratória altamente contagiosa, podendo uma pessoa infectada transmitir o vírus para até 17 outras. A transmissão ocorre principalmente pelo contato direto com gotículas de tosse, espirro ou fala de uma pessoa infectada. Em alguns casos, a transmissão pode se dar através de objetos contaminados.

Esquema Vacinal

Atualmente, a cobertura vacinal da vacina pentavalente em crianças menores de um ano no Paraná é de 79,40%, abaixo dos 95% preconizados pelo Ministério da Saúde. A vacina está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e faz parte do calendário de vacinação infantil de rotina, sendo também indicada para gestantes e profissionais de saúde.

Para crianças, a imunização contra a coqueluche é feita através das vacinas pentavalente (que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções por Haemophilus influenzae B) e DTP (contra difteria, tétano e coqueluche). A pentavalente é aplicada em três doses aos dois, quatro e seis meses de idade, enquanto a DTP é administrada como reforço aos 15 meses e aos quatro anos.

Gestantes e profissionais de saúde devem receber a vacina dTpa (versão acelular contra difteria, tétano e coqueluche) a cada gestação, a partir da 20ª semana, para proteger também os recém-nascidos.

Medidas de Prevenção

Com o aumento de casos em países da Ásia e Europa, o Ministério da Saúde recomendou, em caráter excepcional, a ampliação da vacinação para trabalhadores de berçários e creches com crianças até quatro anos.

Sobre a Doença

A coqueluche apresenta maior risco para crianças menores de um ano e, se não tratada corretamente, pode evoluir para quadros graves ou até mesmo levar à morte. A doença evolui em três fases: inicial, com sintomas semelhantes a um resfriado comum; a fase de paroxismos, com crises de tosse seca; e a fase de convalescença, onde os sintomas diminuem, mas a tosse pode persistir.

Em 2019, o Paraná registrou 101 casos; em 2020 foram 26; em 2021 nove; cinco em 2022 e 17 em 2023. O último óbito no estado ocorreu em Ponta Grossa em 2019.

Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico é realizado através de exames laboratoriais, como cultura ou PCR em tempo real, e está disponível em todas as unidades de saúde do Paraná. O tratamento é feito com antibióticos prescritos por um médico.

A Sesa reforça a importância de procurar um serviço de saúde para o diagnóstico e tratamento adequados, e para garantir que a vacinação esteja em dia, protegendo assim a saúde de todos.

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