O guarda-vidas Gabriel Bonfim, de Guaratuba, se aventurou como voluntário em cidades alagadas no Rio Grande do Sul e compartilhou relatos angustiantes sobre os desafios enfrentados durante os resgates. A insegurança em meio à crise no estado, além das enchentes que já causaram 149 mortes, tem sido uma barreira significativa para as operações de resgate, com relatos de crimes como roubos e saques.
Em uma grande reportagem publicada pelo site G1 PR, Gabriel descreveu sua experiência, que começou em 6 de maio, quando se juntou a um grupo de 30 voluntários. Eles partiram para missões de auxílio em Porto Alegre e Eldorado do Sul.
O guarda-vidas expressou choque diante do cenário que encontrou no Rio Grande do Sul, descrevendo a situação como um verdadeiro campo de batalha. Ele destacou a sujeira da água e o odor forte, características que tornaram os resgates ainda mais desafiadores.
“A gente saiu daqui [Paraná] e não tinha ideia do que ia encontrar. Encontramos uma situação de guerra, muito complicada”, relatou Gabriel.
Ele também mencionou o medo das pessoas ao serem resgatadas, especialmente devido à violência presente na região. Em um dos momentos mais tensos, Gabriel e outros voluntários encontraram moradores hesitantes em confiar no grupo de resgate, mesmo estando em perigo dentro de um prédio inundado em Porto Alegre.
“A gente queria ficar dia e noite nas missões de buscar o pessoal […] Só que, infelizmente, a violência lá estava muito grande. Várias vezes escutamos troca de tiro”, compartilhou.
Apesar dos desafios, os voluntários perseveraram, convencendo os moradores a deixarem suas casas e se dirigirem para abrigos seguros. Eles conseguiram resgatar não apenas pessoas, mas também animais, incluindo cães, gatos e até um búfalo.
Após seis dias intensos de trabalho, Gabriel e seu grupo retornaram ao Paraná. A experiência deixou marcas profundas, mas também momentos de esperança e solidariedade em meio à adversidade.
As autoridades do Rio Grande do Sul enfatizaram seus esforços para garantir a segurança nas áreas afetadas, com patrulhamento constante e medidas adicionais para combater a criminalidade durante a crise das enchentes. No entanto, a luta continua enquanto a região se recupera dessa tragédia devastadora.