Após mais de 10 dias de temporais que assolaram o Rio Grande do Sul, mais de 2,1 milhões de pessoas foram afetadas pelas enchentes. Dentre elas, estima-se que mais de 35 mil são refugiados, segundo dados da Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).
Essas pessoas foram impactadas direta ou indiretamente pela tragédia, perdendo casas, pertences e documentos, além de verem negócios e outras fontes de renda destruídos pelas águas, conforme relata a Acnur.
O Rio Grande do Sul é um dos estados brasileiros com maior presença de refugiados e migrantes, especialmente venezuelanos e haitianos, muitos deles vivendo em áreas de risco, agora acessíveis apenas por barco.
A Secretaria Estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH) estima que mais de 21 mil venezuelanos tenham sido realocados de Roraima para o RS desde abril de 2018. Famílias de venezuelanos foram obrigadas a deixar suas casas em Caxias do Sul, devido aos deslizamentos de terra causados pelas chuvas.
O Serviço Jesuíta para Migrantes e Refugiados (Sjmr) tem fornecido auxílio para os refugiados afetados, atendendo necessidades básicas como comida, itens de higiene, colchões e cobertores.
O governador Eduardo Leite anunciou critérios para a distribuição do PIX SOS Rio Grande do Sul, destinando R$ 2 mil por família afetada. Serão beneficiadas famílias desabrigadas ou desalojadas em municípios em estado de calamidade reconhecido pela Defesa Civil, com renda familiar de até três salários mínimos.
Enquanto isso, o estado registra 148 vítimas dos temporais e enchentes, com 127 desaparecidos e 806 feridos. Mais de 615 mil pessoas estão deslocadas de suas casas, sendo 77,4 mil em abrigos e 538,2 mil desalojadas, buscando refúgio em casas de amigos e parentes.