Conforme a Polícia Militar, que foi ao local para ajudar o Grupo de Operações e Resgate (GOR), por volta de 21h30 de segunda-feira (19), um boi foi resgatado ferido em Porto Belo, no litoral de Santa Catarina, vítima da prática criminosa conhecida como farra do boi.
O animal invadiu uma propriedade e colidiu contra um carro na tentativa de escapar dos farristas. Os envolvidos conseguiram fugir, mas o caso é investigado pela Polícia Civil.
“Quando a gente chegou ao local, eles [farristas] ainda ficaram por lá. A nossa equipe, adentrando no pasto onde o animal estava, eles se evadiram na mata”, relatou o presidente do GOR, Pedro Henrique da Silva.
O boi, que já havia tentado fugir dos farristas ao invadir uma propriedade, foi encontrado na parte baixa de um terreno com pastagem. De acordo com Silva, o animal tinha uma bicheira na cabeça (infestação parasitária causada por larvas de moscas) e estava sangrando.
A equipe conseguiu laçar o animal, que foi levado a uma carreta. Depois, foi encaminhado à Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) para abate.
Os policiais fizeram buscas, mas os farristas não foram encontrados. Uma testemunha, porém, indicou a identidade de dois deles.
A delegada Luana Backes confirmou que foi aberto um inquérito policial para investigar o caso.
Farra do boi é crime
A farra do boi é crime, de acordo com o artigo 32 da Lei n. 9.605/1998, e não pode ser tratada como tradição. A pena para criminosos é de três meses a um ano de detenção, com aumento de um terço da pena em caso de morte do animal.
Conforme o governo de Santa Catarina, o boi sem comprovação de origem é uma ameaça à saúde do rebanho catarinense e à população, por isso o animal é levado para abate. O estado tem uma condição sanitária diferenciada, de rebanhos sem vacinação contra febre aftosa desde 2000.
Dessa forma, um animal doente ou imunizado contra a febre aftosa representa um risco para a produção da carne catarinense.
Atualmente, a Polícia Militar de Santa Catarina promove a Operação Quaresma, contra a farra do boi. De acordo com a corporação, quem for flagrado promovendo ou divulgando esse crime será multado no valor de R$ 10 mil, enquanto aqueles que participarem serão multados em R$ 1 mil por pessoa.