População em situação de rua aumenta significativamente no litoral paranaense

Trata-se de um fenômeno nacional principalmente nas cidades litorâneas durante o verão

Redação Litorânea
Foto: Litorânea FM

A população em situação de rua cresce exponencialmente no verão nas cidades litorâneas, um fenômeno nacional. Em Guaratuba e nos demais municípios do litoral paranaense não é diferente. A questão é mais abrangente do que imaginamos, pois junto àqueles que têm a rua como lar, encontramos pessoas com problemas com a Justiça e muitos dependentes de álcool e drogas, que não medem esforços para saciar o vício.

Nas cidades do litoral paranaense, vários comerciantes, especialmente do setor gastronômico, têm reclamado do assédio dos pedintes, o que tem espantado alguns frequentadores desses locais.

Em Guaratuba, há um belo trabalho para cooperar na recuperação desta população. O padre Antônio Carlos, da Paróquia São Francisco de Assis, implementou a Casa Betânia, onde os moradores em situação de rua são acolhidos, tem moradia, refeições diárias e gratuitas, além de um amplo suporte para recuperação, no caso dos viciados, e intermediação para solução de conflitos familiares. Só um porém, no local existem regras e imposições, o que muitas vezes não é do agrado dos potenciais albergados.

A Secretaria do Bem Estar e Promoção Social de Guaratuba também dá suporte à população em situação de rua da cidade, conforme a secretária da pasta, Maricel Auer, através do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), providenciando a segunda via da documentação, quando solicitada, o registro ou atualização no Cadastramento Único, roupas e local para banho e asseio, contato e aproximação com familiares para que o vínculo seja restabelecido e, se for o caso, todo o suporte (passagem de ônibus ou outros meios similares) para que voltem às cidades de origem.

É realizado pela Secretaria, um amplo trabalho na tentativa de converncer os moradores em situação de rua a aceitarem ajuda, porém, a secretária Maricel enfatiza que nada pode ser imposto e a aceitação tem que ser natural e partir dos que necessitam de apoio.

POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA NO BRASIL

Conforme estudo realizado pelo Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, a população em situação de rua (PSR) no Brasil é caracterizada pela heterogeneidade, unindo a extrema pobreza, laços familiares fragilizados e a falta de moradia convencional. Este grupo tem crescido consideravelmente no país. Em 2022, 236.400 pessoas estavam cadastradas no Cadastro Único para Programas Sociais, representando 1 em cada 1.000 brasileiros.

A distribuição geográfica revela que 64% dos municípios brasileiros tinham pelo menos uma pessoa em situação de rua cadastrada em dezembro de 2022. A Região Sudeste abriga 62% da população cadastrada, com destaque para São Paulo, concentrando 40% do total.

O perfil predominante da PSR é masculino (87%), adulto (55% entre 30 e 49 anos) e negro (68%). Notavelmente, 15% possuem alguma deficiência, sendo a física a mais comum. Quanto à nacionalidade, 4% são migrantes internacionais, destacando-se venezuelanos, angolanos e afegãos.

A maioria possui habilidades de leitura e escrita (90%) e já teve emprego formal (68%). O trabalho como catador é mencionado por 17% como principal fonte de renda. As principais causas da situação de rua são problemas familiares (44%), desemprego (39%) e uso de substâncias (29%).

No que diz respeito à moradia, 55% dormem nas ruas, chegando a 70% na Região Norte. No Sudeste, 41% optam por albergues. A maioria não vive com suas famílias nas ruas (92%) e tem pouco contato com parentes fora dessa condição (61%).

POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA NO PARANÁ

Ainda conforme o diagnóstico divulgado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Curitiba é a sétima cidade com o maior número de pessoas em situação de rua em todo o Brasil.

De acordo cm o estudo, na capital paranaense, 3.477 pessoas estavam em situação de rua em dezembro do ano passado. Esse número é 1,5% de toda a população de rua no território brasileiro.

À frente de Curitiba estão apenas São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador e Fortaleza. Confira abaixo as dez cidades com o maior número de moradores de rua em números absolutos.

  1. São Paulo – 53.853
  2. Rio de Janeiro – 13.566
  3. Belo Horizonte – 11.826
  4. Brasília – 7.924
  5. Salvador – 7.909
  6. Fortaleza – 6.334
  7. Curitiba – 3.477
  8. Porto Alegre – 3.189
  9. Campinas – 2.547
  10. Florianópolis – 2.020

Em todo o Paraná, são 13.384 pessoas morando na rua, o que significa 5,7% da população de rua no Brasil. Apenas nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro têm mais pessoas na mesma situação.

De acordo com o estudo, a população em situação de rua tem aumentado significativamente em todo o Brasil.

Os dados registrados no Cadastro Único sobre a população em situação de rua no país, em dezembro de 2022, revelam um perfil majoritariamente masculino (87%), adulto (55%)
têm entre 30 e 49 anos) e de pessoas negras (pardas – 51%; pretas – 17%). A maioria sabe ler e escrever (90%) e já teve emprego com carteira assinada (68%).

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