Dois casos ocorridos há alguns dias, demosntram o quão são cruéis e rigorosos, julgamentos baseados em uma exposição prévia ou em uma única versão.
Em um deles, um policial civil estava passeando com familiares em um parque de São Paulo, quando sua esposa, que estava à frente, teve o celular furtado por um jovem que transitava, com outro rapaz, em uma bicicleta. Após a bike ter sido interceptada, um dos rapazes caiu e foi perseguido pelo policial, posteriormente identificado como sendo Paulo Hyun Bae Kim.
Ato contínuo, houve confusão nas proximidades da estação do metrô Carandiru, próxima ao parque onde tudo começou, com o policial tentanto abordar e, segundo ele, levar o rapaz à delegacia. Por outro lado, em um primeiro momento o relato era que seria um caso de racismo de um homem branco, armado, contra um jovem negro.
O segundo caso foi em um shopping na cidade de Feira de Santana (BA). Uma mãe, que foi a uma loja no local com seu filho autista, gravou um vídeo que viralizou, relatando que uma funcionária teria dito que o menino seria uma “bomba”. A moça foi “cancelada” e perdeu o emprego. Posteriormente a ex-atendente gravou um vídeo explicando que a expressão (bomba), é usada por todos que trabalham na loja, quando o cliente utiliza um cartão que não seja do estabelecimento comercial, porque isso atrapalharia o alcance das metas.
Disse também, que tem duas filhas, que o marido está desempregado e em nenhum momento tratou mal a mãe e/ou o filho e sequer sabia que o menino era autista, pois eles estavam sendo atendidos por uma outra funcionária.
Em ambos os casos há duas versões, duas vertentes, que serão verificadas. Porém, os previamente “cancelados”, tanto o policial civil quanto a ex-atendente da loja estão sofrendo duras consequências dos prejulgamentos e da versão única. Situações assim fazem com que as pessoas sejam prejudicadas e, consequetemente, suas famílias sejam atingidas, sofrendo muito, até que tudo seja esclarecido.
Isso também serve para governos e eventos em cidades. Sistematicamente o primeiramente dito ou divulgado não condiz com a realidade. Não esqueçamos que o ônus da prova é de quem acusa e as consequências do referido ato também. Porém, até que haja o desenrolar de uma hipotética denúncia, principalmente quando constatada, depois de determinado período, que é infundada, os estragos são muitos e, por diversas vezes, irreparáveis.