A Associação dos Moradores e Proprietários de Imóveis da Praia das Pedras (AMPIPP) tem estado no centro de uma controvérsia em Guaratuba, à medida que o debate sobre o Espaço Litoral e sua proibição de eventos noturnos após as 22:00 horas volta a ser discutido após a publicação de uma nota em redes sociais.
A Prefeitura de Guaratuba solicitou à Justiça a flexibilização de uma medida liminar que impede eventos e shows noturnos no local, alegando restrições que afetam a liberdade cultural e econômica da cidade. A medida liminar em questão foi concedida à AMPIPP, que argumentou contra tais eventos, citando poluição sonora e infrações à legislação ambiental como principais preocupações.
Este debate coloca em perspectiva questões cruciais. A proibição de eventos noturnos tem prejudicado vendedores ambulantes e empreendedores locais, bem como limitado as opções de entretenimento na cidade. Isso levanta a pergunta se a AMPIPP, fundada em 2020 após o sucesso de shows no verão de 2019, foi criada com a intenção única de impedir eventos noturnos no Espaço Litoral.
É indiscutível que eventos de entretenimento desempenham um papel vital na vida cultural e econômica de Guaratuba, atraindo turistas e gerando renda para a comunidade local. No entanto, as alegações de que esses eventos causam caos no trânsito e prejudicam o atendimento de ocorrências pela equipe de resgate carecem de fundamentos sólidos e exigem evidências concretas para respaldá-las.
Além disso, é necessário analisar outras perguntas importantes. Por exemplo, qual é o perigo representado por uma feira de produtores que poderia ter música ao vivo em horário estendido? E como uma associação composta por apenas 12 pessoas, a maioria das quais não reside em Guaratuba, pode ter o poder de impedir que a cidade realize eventos que enriquecem sua vida cultural e econômica?
Outra abordagem que merece consideração é por que a Prefeitura não considerou a possibilidade de desapropriar as residências dos moradores que se sentem incomodados, transformando-as em um complexo administrativo que abrigaria desde o Paço Municipal até diversas secretarias. Essa solução poderia ser mais justa para todos os cidadãos e resolveria o problema de forma eficaz.
Em última análise, é hora de a justiça ouvir todas as vozes da comunidade e encontrar soluções que promovam o desenvolvimento de Guaratuba.