UFPR apresenta dados inéditos para a conservação do Rio Jacareí, no Litoral do Paraná

Redação Litorânea
Imagem: Reprodução/UFPR

Na terça-feira, 15 de agosto, a Universidade Federal do Paraná, a UFPR, apresentou recentemente os resultados de um estudo ambiental que pode se tornar um marco na proteção do Rio Jacareí, no Litoral do Estado.

O estudo, controlado pelo Laboratório de Geoprocessamento e Estudos Ambientais, o LAGEAMB-UFPR, aborda questões cruciais e propõe estratégias inovadoras para a preservação desse ecossistema fundamental.

De acordo com informações, o projeto, intitulado “Análises hidrossedimentológicas e econométricas na bacia do Rio Jacareí”, teve início em 2019 e contou com o financiamento do Terminal de Contêineres de Paranaguá, o TCP. 

Ele foi desenvolvido em colaboração com diversas entidades, incluindo as prefeituras de Paranaguá e Morretes, representantes portuários e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. 

Ainda de acordo com as informações divulgadas pela Universidade Federal do Paraná, o estudo reúne pesquisadores multidisciplinares, incluindo profissionais das áreas de geografia, engenharia ambiental e economia.

Em nota, a instituição afirmou que uma das principais preocupações do estudo apresentado foi entender os fatores que influenciam o aporte de sedimentos da bacia do Rio Jacareí para o Complexo Estuarino de Paranaguá, o CEP. 

O estudo aponta que esse processo impacta diretamente a saúde do ecossistema costeiro, além de estar relacionado a alagamentos e emoções; com uma abordagem rigorosa, o estudo se dividiu em três etapas: 

  • Primeira etapa: 

Realizada até abril de 2021, os pesquisadores conduziram um diagnóstico físico e socioeconômico da bacia hidrográfica, envolvendo a coleta de materiais, o levantamento de áreas prioritárias para recuperação ambiental e estimativa da produção de sedimentos por meio de álgebra de mapas.

  • Segunda etapa:

Se estendeu até abril de 2022, focou na modelagem hidrossedimentológica, utilizando o modelo matemático Soil and Water Assessment Tool; nessa fase, as dinâmicas espaço-temporais da água e dos sedimentos foram minuciosamente deixadas.

  • Terceira etapa:

Concluída em junho de 2023, não apenas deu continuidade ao monitoramento, mas também realizou uma análise econométrica para estimar a valoração dos serviços ecossistêmicos provenientes da restauração florestal na bacia do Rio Jacareí. 

RESULTADOS E SOLUÇÕES:

Após o término das três etapas, o estudo revelou que a presença de mais florestas maduras na região poderia reduzir os custos de remoção de sedimentos associados em cerca de R$ 500 milhões ao longo de 40 anos. 

O estudo resultou em uma base de dados inédita, contendo informações como dados de precipitação, nível da água e vazão; foram identificadas influências orográficas no processo de precipitação, um fenômeno até então pouco observado na região.

A restauração das áreas de preservação permanentes na bacia do Rio Jacareí foi apontada como uma medida vital; além disso, o estudo sugeriu a implementação de sistemas agroflorestais como projeto piloto para o uso adequado da terra. 

O estudo também  identificou o potencial hidrológico da bacia para o abastecimento de água nos municípios de Morretes e Paranaguá no futuro, ressaltando a importância estratégica da região para o desenvolvimento sustentável.

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