O Governo do Paraná liberou neste sábado (1º) a colheita, venda, transporte e armazenamento do pinhão. Símbolo do Paraná e um dos alimentos mais tradicionais da região Sul do país, a comercialização do pinhão, entretanto, é restrita às pinhas que completaram o completo processo de maturação.
De acordo com o Instituto Água e Terra (IAT), a multa em caso de desobediência é de R$ 300 por quilo apreendido, além da responsabilização por crime ambiental.
As normas e instruções de comercialização do pinhão são estabelecidas por meio de uma portaria estadual que visa proteger a reprodução da araucária. É importante lembrar que a árvore é ameaçada de extinção no Estado.
Embora muito apreciado pelas famílias paranaenses, o pinhão, quando cai ao chão, é uma oportunidade para animais, como a cutia, ajudarem a semear o fruto em outros lugares, garantindo a reprodução da araucária. Diversas espécies de aves também se alimentam do pinhão.
Como identificar o pinhão pronto para consumo
A safra começa em abril e normalmente se estende até o mês de junho. É importante saber identificar o pinhão próprio para consumo. As pinhas verdes, ou imaturas, apresentam casca esbranquiçada e alto teor de umidade, o que favorece a presença de fungos, podendo o alimento se tornar até tóxico para o consumo humano. Se ingerido, pode prejudicar a saúde com problemas como a má digestão, náuseas e episódios de constipação intestinal.
O pinhão próprio para consumo é firme e de coloração viva. Foto: Mauro Scharnik/IAT
No Paraná, também não é permitida a venda de pinhões trazidos de outros estados.
A cadeia produtiva do pinhão gera incremento econômico na vida de milhares de famílias paranaenses e movimentou R$ 17,5 milhões em 2021, de acordo com levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral).
As regiões Central, Sul, Sudoeste concentram o maior volume de produção de pinhão. “Além do consumo humano, o pinhão serve como alimento para diversos animais terrestres e pássaros, ou seja, é fundamental para conservação da fauna”, aponta o engenheiro agrônomo e gerente de Restauração Ambiental do IAT, Mauro Scharnik