Na quarta-feira, 01 de março, o Tribunal de Justiça Desportiva de Futebol do Paraná realizou uma sessão para analisar e julgar uma briga generalizada no Atletiba; durante o julgamento, uma colocação de um auditor, ao técnico António Oliveira, do Coritiba, foi interpretada como xenofobia por ambos os times.
Em dado momento da sessão de julgamento, Rubens Dobranski afirmou:
“Os técnicos portugueses, que estão trabalhando atualmente no Brasil, parece que estão querendo marcar território. É o caso do técnico do Palmeiras, que chuta balde d’água, que chuta microfone. Sempre é advertido com cartão amarelo. E, se não me engano, o senhor na quarta ou na quinta rodada foi suspenso por três cartões amarelos. O senhor não acha que está sendo muito ‘reclamão’ com os árbitros aqui do Paraná?”.
Após a afirmação do auditor, António Oliveira afirmou:
“Não olho a cultura, as raças, a nacionalidade. Mas o doutor está a dizer que os portugueses estão a tentar marcar território. É uma opinião do doutor, não é a minha. Respeito muito, mas não é a minha. Não olha a nacionalidade, não olho as religiões, não olho as cores. Para mim, cada um têm a sua índole, a sua educação, a sua formação. Eu tenho a minha forma de viver o jogo. Estou no Brasil desde janeiro de 2020. Este é o meu quarto clube. Tenho orgulho enorme de ter representado os dois melhores clubes desta cidade. E, com certeza, para as pessoas continuarem a me contratar é porque veem confiança. E esta confiança e profissionalismo que eu quero continuar a dar. Mas não vou deixar, em nenhum momento, de ver as partidas de forma emocionada, sempre com respeito com quem está à frente. Agora, quem está do outro lado é que também tem que se adaptar (…) eu respiro levo amarelo. Eu penso levo amarelo (…) conheço as pessoas, conheço o árbitro. E eles também têm que começar a conhecer o treinador”.
Diante da polêmica, na última quinta-feira, 02 de março, as Assessorias Jurídicas do Athletico Paranaense e do Coritiba Footbal Club publicaram uma nota oficial, de maneira conjunta, repudiando as falas do auditor Rubens Dobranski; a nota da dupla Atletiba afirma:
“Diante dos fatos ocorridos na noite de ontem, quarta-feira (01), durante o julgamento dos atletas do Athletico Paranaense e Coritiba Foot Ball Club perante o TJD/PR, os clubes, em conjunto, vêm a público manifestar que repudiam veementemente as falas xenofóbicas proferidas pelo auditor Rubens Dobranski ao técnico do Coritiba, António José Cardoso de Oliveira.
Os clubes salientam que este ato preconceituoso direcionado ao profissional é inadmissível em qualquer situação ou contra qualquer pessoa.
O Athletico e o Coritiba reiteram que atitudes racistas ou de qualquer outra natureza discriminatória são absolutamente inaceitáveis. Os clubes têm profundo respeito por todos os estrangeiros que atuam no futebol brasileiro, que foi construído por pessoas e profissionais das mais diversas etnias e nacionalidades, engrandecendo e trazendo diversidade ao esporte”.