Nesta terça-feira, 13 de dezembro, o Ministério Público do Paraná, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, o Gaeco, com apoio da Corregedoria-Geral da PM, deflagrou a Operação Vehmico, com o cumprimento de 31 mandados de busca e apreensão em sete cidades.
De acordo com o GAECO, o objetivo da operação deflagrada é obter elementos que auxiliem na investigação do Grupo sobre quatro ações policiais militares que resultaram na morte de doze pessoas em Curitiba e na Região Metropolitana em agosto deste ano.
São investigados 18 policiais lotados no Batalhão de Polícia das Rondas Ostensivas de Natureza Especial, 02 do Esquadrão de Eventos do Regimento de Polícia Montada, 02 da 3ª Companhia do 17º Batalhão de Polícia Militar e 01 lotado no setor de inteligência do Departamento Penitenciário do Estado.
Os mandados foram cumpridos nos Municípios de Curitiba, Pinhais, São José dos Pinhais, Campo Largo, Colombo, Guaratuba e Londrina e foram expedidos pelos Juízos das 1ª e 2ª Varas Privativas do Tribunal do Júri de Curitiba e pelo Juízo da Vara Criminal de Campo Largo.
Ainda conforme informações, foi determinado o afastamento de dezenove policiais investigados, que, enquanto perdurar a medida, só poderão fazer serviços administrativos, ficando proibidos de exercer trabalho operacional armado ou no setor de inteligência.
No dia 11 de agosto, em um suposto confronto, oito pessoas foram mortas nos bairros Cajuru e Campo de Santana; o segundo fato investigado resultou na morte de uma pessoa, em 24 de agosto, em Campo Largo; o terceiro caso aconteceu em Curitiba, no dia 2 de setembro, e resultou na morte de um adolescente; a quarta situação ocorreu no 2 de setembro, no bairro Campo Comprido, quando morreram duas pessoas, a partir de alegada diligência policial de apoio ao serviço reservado que teria obtido informação de que indivíduos envolvidos em prática de crimes estariam no interior de um condomínio.
De acordo com a apuração realizada até o momento, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, o GAECO, assevera que há indícios de que não teria havido verdadeiro confronto armado com as vítimas, que teriam sido mortas por motivos variados.
O nome da operação faz referência aos Tribunais Vehmicos, do final da Idade Média, na Alemanha, também chamados de “tribunais secretos”, “tribunais silenciosos” ou “tribunais proibidos”, em que a única punição que poderia ser imposta era a morte; se o acusado comparecesse, a sentença era imediatamente executada, se ele não aparecesse, a primeira pessoa a encontrá-lo poderia matá-lo.