Jocelito Canto (PSDB) anunciou o fim de sua carreira política. A decisão foi motivada após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmar a inelegibilidade do candidato a deputado federal. Com a medida, Beto Richa assume a vaga na Câmara Federal.
Em vídeo divulgado em suas redes sociais no fim da noite desta terça-feira (6), o ex-político lamentou a decisão e declarou que não acredita mais na Justiça.
“Me desculpem a franqueza, mas eu não acredito mais na Justiça, e por isso não posso mais continuar na vida pública. Quando você não acredita mais na Justiça, não tem mais o que fazer. A condenação do TJPR (Tribunal de Justiça do Paraná) foi uma condenação política e rigorosa. Peço desculpas a todos, jamais vou deixar de cumprir a minha missão de cuidar do povo dentro das minhas possibilidades, mas a política pra mim acaba aqui”, disse, visivelmente emocionado.
Jocelito Canto obteve 74.348 votos nas urnas em outubro. O número lhe garantiria a cadeira em Brasília como o deputado federal mais votado pelo PSDB no estado.
A Justiça Eleitoral, por sua vez, entendeu que ele não cumpriu a pena imposta pela condenação por improbidade administrativa a tempo de se tornar elegível. Ex-prefeito de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do estado, Jocelito teria feito um policial militar trabalhar na segurança pessoal dele entre 1997 e 2000.
A condenação, feita em 2010, previa o ressarcimento ao erário, multa e suspensão dos direitos políticos por três anos. A esse período ainda se somariam outros oito anos da chamada Lei da Ficha Limpa.
A defesa do político recorreu ao TSE depois que o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) negou o recurso inicial.
A decisão do Supremo foi unânime pela inelegibilidade de Canto.
“Em tempos de copa , superei Felipão tomei 7 a zero no TSE. Tudo porque nunca fiz parte do sistema. Graças a Deus. Parabéns aos vitoriosos derrubaram a vontade popular que fez o deputado mais votado de Ponta Grossa perder porque tinha um policial a disposição como todo prefeito tem. Assisti a sessão no plenário do TSE com muita coragem. Sofri, não vi nenhuma divergência. Paguei o preço por ter denunciado a corrupção no judiciário do Paraná que superfaturou a construção do anexo em mais de 20 milhões. O Ministério Público que pediu minha condenação por um policial se acovardou e não denunciou o TJ Paraná. Este é o preço da minha sentença”, finalizou Jocelito Canto.