Vinte de novembro é o dia da consciência negra no Brasil, instituída pela lei nº. 12.519 de 10 de novembro de 2011, mas a pergunta que fica é: como e por que surgiu o dia da consciência negra? É realmente necessário um dia como esse?
Outras indagações e polêmicas que surgem é: “se existe o dia da consciência negra, então por que não existe o dia da consciência branca?” Ou, outros argumentos como, “ isso é racismo dos próprios negros!”
A primeira palavra que chama a atenção é o termo CONSCIÊNCIA, pois, para o dicionário de filosofia Nicola Abbagnano, em resumo, consciência é a percepção e o conhecimento da realidade histórica e contemporânea ao qual o indivíduo está inserido.
Portanto, em sentido comum consciência é a evocação e o chamamento para não ser e não estar indiferente com o que acontece ao entorno da sua própria realidade.
No sentido jurídico do termo, consciência é não ser omisso frente a algo que está acontecendo de errado, mas de se indignar com o erro. A exemplo disso, na prática, tem-se a indignação das pessoas com a corrupção, a insatisfação com a saúde precária e tantos outros problemas que atingem a sociedade.
Do mesmo modo, a consciência negra não é a pregação da supremacia negra em detrimento aos brancos e vice e versa, mas um convite extremamente necessário para o entendimento e compreensão dos problemas e complexidades que a escravidão trouxe ao Brasil. Problemas estes que atingem a economia, o modo de produção, a mão de obra, a desigualdade e a formação de um povo como civilização e cultura.
Portanto, o dia da consciência negra é um convite e um chamamento para a reflexão do passado, do presente e a construção de ações afirmativas para o futuro como prospecção e construção de um povo civilizado.