Pais e mães de crianças autistas fazem manifestação em Matinhos neste sábado

Redação Litorânea

Um grupo de pais e mães de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) realiza neste sábado (19), uma manifestação no centro de Matinhos, para pedir melhores condições e atendimento especializado em saúde e educação para autistas no município. O grupo nasceu espontaneamente da indignação de mães e pais de autistas e hoje reúne em torno de 70 pessoas entre familiares e apoiadores e já realizou uma manifestação pública, com denúncias registradas nas ouvidorias de Saúde e Educação, bem como no Ministério Público, no último dia 07.

De acordo com Luana Sampaio, uma das organizadoras da manifestação, a mobilização reúne famílias de cerca de 60 crianças e adolescentes com TEA, que moram em Matinhos e não conseguem acessar serviços especializados na rede pública de saúde. “Hoje nós temos apenas uma fonoaudióloga que atende as crianças e a demanda é muito grande porque o atendimento não é somente para quem tem autismo. Para desenvolver as habilidades e a autonomia das crianças com TEA, precisaríamos do acompanhamento constante de profissionais como psicólogos, fisioterapeutas, psiquiatras, neurologistas e terapeutas ocupacionais”, afirma.

Além da falta de profissionais específicos na área da saúde, as mães pedem também melhorias na rede municipal de educação, com materiais didáticos adaptados e profissionais especializados. “A Prefeitura chegou a abrir um PSS para contratação de professores auxiliares, mas o processo foi suspenso. Muitos profissionais da rede municipal de educação estão sobrecarregados e não conseguem atender as crianças e adolescentes autistas de forma adequada”, explica Luana Sampaio. Entre as demandas apresentadas pelo grupo estão:

  • retorno da Terapia Ocupacional
  • acompanhamento com psicólogo, psiquiatra e neurologista
  • acompanhamento com psicopedagogos
  • contratação de professores auxiliares para apoio em sala de aula
  • profissionais de educação com formação em educação especial
  • materiais didáticos adaptados para alunos com TEA

O grupo também denunciou a situação ao Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência (COEDE/PR), em ofício enviado no último dia 08. Nesta semana, a 2ª Promotoria de Justiça de Matinhos, do Ministério Público do Paraná, ajuizou uma ação civil pública para que o município garanta o atendimento integral às crianças com TEA. A ação pede que a Prefeitura seja obrigada a providenciar, em um prazo de 15 dias, assistência ininterrupta aos pacientes, principalmente nas especialidades de fonoaudiologia, fisioterapia e terapia ocupacional.

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