O vereador Anderson Santos (Podemos), de Balneário Camboriú, no Litoral Norte catarinense, protocolou um PLC (Projeto de Lei Complementar) que busca descaracterizar a praia do Pinho como sendo de prática de naturismo, tornando-a de amplo e livre acesso, sem restrição de entrada ou permanência no espaço.
No texto, o vereador justificou que “as praias de nudismo/naturismo possuem um turismo específico, assim como regramentos impolutos [regras de não poluição], contudo, não é o caso atual da Praia do Pinho”.
No PLC, Anderson Santos diz que a praia não está mais atraindo o público específico que movimentava um turismo considerável para Balneário Camboriú, sugerindo que altere a atual configuração.
A prática de naturismo na praia do Pinho começou no início da década de 1980. O local tem cerca de 500 metros de extensão, possui mar com ondas fortes e, de acordo com os frequentadores, há privacidade, pois é cercado por costões e vegetação.
Anderson Santos exemplificou, que há cada ano o local vira notícia pela cenas de sexo explícito, que incomoda moradores nos arredores.
“Cada ano muitas são as notícias divulgadas na imprensa local sobre a utilização deste espaço como um ambiente de promiscuidade exacerbada, sexo explícito, uso de drogas ilícitas e grandes acúmulos de resíduos sólidos (recicláveis, não recicláveis e muitos rejeitos), o que acabou por desconfigurar aqueles princípios basilares de uma praia de naturismo”, defende o vereador.
Qualidade da praia pode atrair mais turistas, diz vereador
Anderson Santos acredita que se a praia do Pinho fosse aberta à comunidade em geral, poderia concorrer no Programa Bandeira Azul, que condecora praias com balneabilidade e acessibilidade.
“Cabe frisar que esta praia possui excelente qualidade de água, sendo uma das praias com melhores índices de balneabilidade do município. A prática do nudismo impede esta certificação, uma vez que o Programa exige acesso livre”, finalizou.
Em março deste ano, o ND+ mostrou que cenas e rastros de orgias e sexo explícitos na praia do Pinho em Balneário Camboriú incomodavam moradores de condomínios próximos à Avenida Interpraias.
Na época, moradores relataram que as cenas de sexo e prostituição no costão da praia são frequentes, mas durante os fins de semana e feriados, as cenas de orgias e sexo explícitos na praia são ainda mais recorrentes.
A prática de sexo viola uma das regras para frequentadores da praia do Pinho, que é não praticar sexo no local para que a região justamente não se torne uma espécie de “motel ao ar livre”.
Mas imagens de moradores mostram que a regra é totalmente ignorada. No Carnaval, filmagens mostraram uma orgia na praia, onde uma mulher aparece fazendo sexo junto a um grupo de pelo menos 20 homens.
Parte das pessoas que participam da orgia estão completamente nuas, e quem não pratica o ato, se masturba enquanto assiste a cena. Outra imagem mostra a mulher masturbando o grupo de homens.