Uma matéria publicada na última sexta-feira, 24 de junho, pelo jornal o Estado de São Paulo, mostra que pouco depois de o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, ser preso pela Polícia Federal na última quarta-feira, 22 de junho, a sua esposa afirmou, em uma ligação por telefone, que ele já sabia que seria alvo de uma operação da Polícia Federal.
Além dessa ligação grampeada pela PF, há uma manifestação enviada à Justiça Federal pelo Delegado Bruno Calandrini, responsável pela investigação, em que ele afirma que o ex-ministro havia sido informado com antecedência sobre a possibilidade de uma operação.
O inquérito que havia sido transferido para a Justiça Federal em Brasília depois que Milton Ribeiro deixou o cargo em março e perdeu o foro privilegiado, foi enviado novamento ao Supremo Tribunal Federal, o STF, diante destas suspeitas de violação de sigilo e favorecimento pessoal.
Confirta a transcrição do diáligo da esposa do ex-ministro:
Myrian Ribeiro: — Com diziam os mais antigos, “firme que nem geleia”
Homem: — Que coisa, ‘heim’. Eu vim para cá no dia [trecho ininteligível]
Myrian Ribeiro: — Na hora que ele me ligou, eu perguntei se você ‘tava’ aí e ele falou que não queria te envolver, por isso que a gente falou para você subir [trecho ininteligível].
Homem: — Viu, dona Myriam, olha só…
Myrian Ribeiro: — O Mateus te ligou?
Homem: — Ligou. Se a senhora quiser ir para Brasília, a senhora pode ir, viu, dona Miriam.
Myrian Ribeiro: — Não. Ele está detido, Edu.
Homem: — Mas não vai ficar lá.
Myrian Ribeiro: — O Mateus ‘tava’ explicando que [pausa] o advogado vai tentar um habeas corpus e talvez, se ele ficar em […] domiciliar. Aí fica em Santos, a gente [trecho ininteligível]. Ele ‘tava’, no fundo, ele não queria acreditar, mas ele tava sabendo. Eu falei: para ter rumores do alto é porque o negócio já ‘tava’ certo.
Homem: — É isso mesmo. É isso mesmo. Tudo bem, né?
Myrian Ribeiro: — Ai, meu Deus.